Este é o primeiro artigo sobre o livro “O 8º Hábito” de Stephen Covey, o qual me comprometi a analisar capítulo por capítulo, um por mês, durante 1 ano, afim de incorporar o 8º Hábito em minha vida e ao mesmo tempo propagar as idéias de Covey para o maior número possível de pessoas. Para saber mais sobre minha metodologia de estudo do “O 8º Hábito”, clique aqui.
O capítulo 4 é na verdade o primeiro passo para desenvolver o 8º hábito, pois os primeiros três, apesar de muito importantes, são introdutórios. O nome do capítulo é “Encontre a sua voz interior – presentes de nascença não-abertos”, que trata dos 3 dons de nascença que, segundo Covey, todos possuem: Liberdade e capacidade de escolha; Princípios (leis naturais); e As 4 inteligências.
A Liberdade de Escolha
A história do homem livre nunca é escrita pela sorte, mas pela escolha – a escolha dele. Dwight D. Eisenhower
Para Stephen Covey a liberdade de escolha é nosso mais importante dom, o que tem maior impacto sobre a vida das pessoas. Ele é o espaço entre o Estímulo e a Resposta, que pode ser trabalhado por nós e ampliado: quanto maior este espaço, mais somos donos de nossos destinos.
Somos um produto de escolhas, e não da natureza (genes) ou criação (educação, sociedade, ambiente), o que nos torna responsáveis por nossa condição. Para muitas pessoas isto é difícil de aceitar, pois se acabam as desculpas e podemos ser cobrados, tantos pelos outros quanto por nós mesmos.
A Liberdade de Escolha é nosso dom mais fundamental, pois permite o uso dos demais dons.
As Leis Naturais ou Princípios
Uma das colocações de Covey deste capítulo que mais me chamou atenção foi a de que devemos viver em função dos princípios ou leis naturais, ao invés de seguir os remendos rápidos da cultura atual. Para ilustrar isto, Stephen Covey lembra de uma história de infância de Einstein, que as quatro anos de idade, depois de ter visto a agulha da bussula entendeu que “tinha de haver algo profundamente escondido por trás das coisas”.
Princípios têm três características fundamentais: são atemporais, isso quer dizer que nunca mudam; são universais, ou seja, transcendem a cultura e a geografia; e são auto-evidentes, irrefutáveis. Como você pode ver os princípios não são questão de gosto ou opinião pessoal, assim como a matemática.
Outro ponto que Covey deixa bem claro é a diferença entre princípios e valores. Valores são normas sociais – são pessoais, emocionais, subjetivos e refutáveis, bem diferente dos princípios. Todos nós temos valores, até os bandidos. A questão é: nossos valores são embasados em princípios?
As consequências são regidas por princípios e o comportamento é regido por valores. Stephen R. Covey
Devemos encontrar o “Norte” e alinhar toda nossa vida neste sentido, pois todos os resultados duradouros resultam de uma sequência, são regidos por princípios e vêm de dentro para fora.
As Quatro Inteligências
O terceiro dom que recebemos ao nascer são as quatro inteligências:
Inteligência mental (QI) – Aprender
Nossa capacidade de analisar, raciocinar, pensar abstratamente, usar a linguagem, vizualizar e entender.
DESENVOLVA A MENTE: imagine que a meta de sua vida profissional é de dois anos; agora se prepare em decorrência disso. Stephen R. Covey
Algumas dicas de Covey para aumentar o QI são: Estudo e formação contínuos, disciplinados e sistemáticos – ler, estudar, conhecer coisas novas, etc.; Cultivo da autoconsciência – conhecer nossos “pontos cegos” através do feedback de outras pessoas, aprender com os fracassos, etc.; aprender ensinando a fazer – aprendemos algo melhor quando ensinamos a outros.
Inteligência Física (QF) – Viver
Conduz nossos sistemas respiratório, circulatório, nervoso e outros de vital importância. O ideal, segundo Covey, é subordinar o corpo ao espírito, o que nos torna mestres de nós mesmos, pois o corpo é um bom servo, mas um mau senhor.
DESENVOLVA O CORPO: imagine que sofreu um enfarto; agora viva de acordo com isso. Stephen R. Covey
Dicas para desenvolver sua Inteligência Física: Alimentação sábia; Exercícios regulares e equilibrados; Repouso adequado, relaxamento, gerenciamento do stress e pensamento preventivo.
Outra dica importante do capítulo, para quem deseja ter um alto desempenho pessoal, é que devemos gerenciar nossa energia, não o tempo. Isso se faz respeitando o ciclo entre atividade/desempenho e repouso/renovação.
Inteligência Emocional (QE) – Amar
É o autoconhecimento, a autoconsciência, a sensibilidade social, a empatia e a capacidade de nos comunicarmos com as outras pessoas. A Inteligência Emocional é considerada por Covey no longo prazo mais importante para os relacionamentos e a liderança do que a inteligência mental.
O QE é composto basicamente por: autoconsciência – capacidade de refletir sobre a própria vida, até superar ou compensar fraquezas; motivação pessoal – é o que empolga as pessoas: visão, valores, objetivos, esperança, desejos e paixões; auto-regulação – decidimos quais são nossas prioridades e então vivemos de acordo com elas; empatia – capacidade de ver como as outras pessoas vêem e sentem as coisas; habilidades sociais – como as pessoas resolvem problemas, chegam a soluções criativas e interagem de modo satisfatório para alcançar seus objetivos comuns.
DESENVOLVA O CORAÇÃO: imagina que outra pessoa pode ouvir tudo o que você fala dela; agora fale de acordo com isso. Stephen R. Covey
A melhor forma de desenvolver a Inteligência Emocional é por meio dos 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, já que os 7 Hábitos contém princípios universais, atemporais e auto-evidentes. Só para relembrar, ai vai a lista dos tão famosos 7 Hábitos de Stephen Covey:
- Seja proativo: Reconhecer que somos responsáveis por nossas próprias escolhas e temos liberdade de escolher com base em princípios e valores em lugar de humores e condições.
- Comece com o objetivo em mente: Criar uma visão mental de onde se quer chegar com cada projeto.
- Primeiro o mais importante: Organizar e executar em torno das prioridades mais relevantes.
- Pense ganha-ganha: Postura da mente e do coração que busca o benefício e o respeito mútuos em todas interações.
- Procure primeiro compreender para depois ser compreendido: Estabelecer relação ouvindo os outros.
- Crie sinergia: É fruto do respeito, do apreço e até do louvor das diferenças mútuas. Fazer 1 + 1 ser 3.
- Afine o instrumento: Nos renovar nas quatro áreas da vida: física, social/emocional, mental e espiritual.
Inteligência Espiritual (QS) – Deixar um legado
É a inteligência central e mais fundamental, porque é a fonte da orientação das outras três. Ela nos permite sonhar e progredir. Segundo Covey, a liderança espiritual eleva as outras inteligências e nos torna pessoas com substancial autoridade moral.
A Inteligência Espiritual é formada por três elementos básicos: Integridade – fidelidade à nossos valores superiores e à nossa consciência; Sentido -contribuição a pessoas e causas; Voz – alinhamento do trabalho com nossa vocação e nossos dons específicos.
DESENVOLVA O ESPÍRITO: imagine que você tem um encontro pessoal com Deus a cada trimeste; agora viva de acordo com isso. Stephen R. Covey
Para desenvolver nossa Integridade, Covey sugere uma simples, porém eficaz metodologia: começar a cumprir promessas, mesmo que pequenas, como, não comer aquela sobremesa, fazer exercícios físicos por 10 minutos, etc. Ao cumprir promessas feitas, nossa capacidade de fazer cumprir promessas maiores aumenta.
Acender uma pequena chama que se torna um grande fogo interior. Stephen R. Covey
Para desenvolver nosso Sentido, precisamos fazer a pergunta: “Dadas minhas responsabilidades, deveres e obrigações o que devo fazer?”
E enfim, para encontrar nossa Voz, precisamos nos questionar: “Do que realmente gosto? O que faço bem? Posso ganhar a vida com isso? Posso aprender a fazê-lo? Estou disposto a pagar o preço desse aprendizado?”
Este foi um pequeno resumo do capítulo 4 do livro “O 8º Hábito” de Stephen Covey. Saliento que a leitura do mesmo jamais substitui a leitura do original, que contém diversos exemplos e aprofunda conceitos fundamentais.
No próximo mês não perca o resumo do quinto capítulo. Abraço…